
Ana Carla Lopes,secretária-executiva do Ministério do Turismo — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
GERADO EM: 01/12/2025 - 21:58
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO
A cobrança de taxa de visitantes é necessária em alguns locais para "combater o turismo de massa". É o que avalia Ana Carla Lopes,secretária-executiva do Ministério do Turismo. Em entrevista ao GLOBO,Lopes destaca ser necessária uma "política integrada" dos setores público e privado,além da participação da sociedade civil no processo.
Entrevista: Presidente do Ibama vê 'risco de guerra de flexibilizações' entre estados após derrubada de vetos de LulaLicenciamento: 90% dos projetos autorizados por estados e municípios podem virar autodeclaratórios com nova lei
Como desenvolver o turismo de forma sustentável?
O principal é a parceria. Porque não adianta só uma política pública de cima para baixo. Temos que saber quem é que estará lá na ponta para controlar a entrada de visitantes. Vai ser cobrada uma taxa de visitação? Vai ser dado um desconto para quem é morador da cidade? Tudo isso faz uma política integrada. O segredo para combater o turismo de massa é esse: uma política integrada dos setores público e privado,da sociedade civil e também do terceiro setor.
Angra dos Reis (RJ) pretende cobrar uma “taxa de turismo sustentável” a partir de 2026 para equilibrar turismo e preservação do patrimônio natural. Como o ministério enxerga esse tipo de medida?
É uma prática que ainda não é totalmente disseminada. Mas é um ponto de atenção do ministério e que estamos discutindo com o Conselho Nacional de Turismo,que envolve mais de 90 entidades. Vale ressaltar que a cobrança deve ser sempre de uma taxa,e não de imposto. Isso é importante porque o imposto não é revertido diretamente para aquela comunidade. O que não pode é essa cobrança entrar na vala comum,como um imposto ou uma tarifa que não se sabe para onde vai. A gente deve discutir sobre isso segundo cada experiência. Destinos que são mais vulneráveis a questões climáticas ou a um crescimento muito grande de visitantes,a gente tem que ter como atenção e,às vezes,é até necessário para combater o turismo de massa.
O que explica o crescimento recente do turismo no Brasil?
É importante destacar a tríade ordenamento de destinos,qualificação de pessoas e promoção de experiências. Nós ordenamos mais destinos,ou seja,estruturamos esses locais com obras estruturantes,desde portos e aeroportos a centros de convenções e estradas. Também tem o fator da qualificação. Qualificar mais pessoas para entrarem no turismo ou permanecerem no turismo também faz com que o setor cresça. E a promoção de destinos,não só do Rio de Janeiro,mas de outras cidades,como João Pessoa e Brasília,que têm crescido absurdamente.
Como estão os investimentos em rodovias para estimular a interiorização dos destinos?
Os ministérios do Turismo,de Portos e Aeroportos e dos Transportes têm atuado de modo conjunto. Asfaltamento,pavimentação e construção de pontes devem ser feitas não só para o turista,mas para o morador da cidade e para o escoamento da produção. O turismo agrega mais de 50 atividades de maneira transversal. Então até que ponto o turismo representa só 8% do PIB? É o setor que mais emprega no Brasil,atrás apenas da construção civil.
O Rio passou recentemente por uma redistribuição da malha aérea entre o Galeão e o Santos Dumont. Isso contribuiu para atrair turistas internacionais?
A gente não pode afirmar que foi um ponto para os turistas internacionais porque para eles (o destino final) é o Rio de Janeiro. Mas para o turista nacional,com certeza,é um ponto muito relevante. E além do aumento da malha aérea,houve um aumento da frequência não só no período do carnaval,o que é de suma relevância.
O projeto “Caminhos do Brasil” é uma iniciativa dos jornais O GLOBO e Valor e da Rádio CBN,com patrocínio do Sistema Comércio,através da CNC,do Sesc,do Senac e de suas federações.
Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.
© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa Contate-nos SiteMap