Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Torcedores precisam se tornar investidores

2025-12-08 HaiPress

Flamengo foi campeão brasileiro de 2025 — Foto: Alexandre Cassiano

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 05/12/2025 - 17:59

Abertura de capital: Futuro promissor para o futebol brasileiro?

A abertura de capital dos clubes de futebol pode modernizar o esporte no Brasil,ampliando a governança e a relação econômica entre torcedores e times. Pesquisa indica que 23,5% dos torcedores investiriam em ações de clubes,potencializando o mercado de capitais. Esse movimento,aliado a práticas de fair play financeiro,pode transformar a paixão nacional em patrimônio seguro e acessível,fortalecendo o futebol brasileiro.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

O futebol é a maior paixão dos brasileiros,e agora dados mostram que essa paixão pode impulsionar o maior movimento de inclusão financeira da história do mercado de capitais. Pesquisa da CBF Academy com a AtlasIntel revela que 23,5% dos torcedores,cerca de 50 milhões de brasileiros,investiriam em ações de clubes. É quase dez vezes mais que o total atual de investidores na B3.

Negócio bilionário: Gigante do streaming,Netflix compra Warner e HBO Max por US$ 72 bilhões

A abertura de capital pode ser um passo estratégico para modernizar o futebol,ampliar a governança e dar escala à relação econômica entre torcedores e clubes. No mundo,vários clubes têm ações em Bolsa,alguns com free float (parcela que não está na mão dos controladores) superior a 60%,como Borussia Dortmund ou Celtic. Colo-Colo e Universidad Católica,no Chile,contam com investidores brasileiros. O Benfica,depois de resultados recordes,atingiu neste ano sua maior cotação.

Mercado de trabalho: Que empregos vão bombar na próxima década,segundo o CEO da empresa mais valiosa do mundo

No século XVII,Portugal dominava o comércio marítimo até a Holanda criar a Companhia das Índias Orientais,primeira empresa a emitir ações públicas. Ao permitir que milhares de cidadãos se tornassem acionistas,os holandeses democratizaram o investimento,ampliaram a escala das operações,superaram o modelo português baseado em capitais fechados e lançaram as bases do mercado financeiro moderno.

Os clubes brasileiros vivem momento semelhante. Precisam de capital,enfrentam endividamento crescente e buscam novas fontes de receita para competir globalmente. A abertura ao mercado de capitais pode permitir a troca de dívidas caras,financiar infraestrutura,profissionalizar a gestão e aproximar o torcedor das decisões financeiras das instituições.

Mais Sobre Futebol

Das 'flamengadas' ao primeiro brasileiro tetra: Flamengo ressignifica sua relação com a Libertadores

Final da Libertadores: Flamengo ganha 'mini Monumental' no Rio com festa,ex-jogadores e telões no Quintal do Zico

A própria história dos clubes reforça essa lógica. A maioria nasceu como associações sustentadas por seus sócios,com cotas,ingressos e vida comunitária intensa. Na última década,o país assistiu à explosão do sócio-torcedor. Eles saltaram de cerca de 150 mil para mais de 2 milhões,tornando-se fontes relevantes de receita.

O mercado de capitais amplia essa vocação,especialmente em paralelo ao crescimento das apostas esportivas,que revelam um torcedor cada vez mais disposto a apostar no futebol. Comprar ações,nesse contexto,é apostar na gestão,na transparência e no futuro. A pesquisa mostra que 40% dos interessados investiriam para fortalecer seu time e 60% buscariam retorno ou diversificação,até comprando ações de clubes rivais bem administrados.

Para que isso se torne realidade,é indispensável responsabilidade financeira,transparência,limites de gastos e modelos de negócio capazes de gerar caixa — aspectos que tendem a ser estimulados pelo sistema de fair play financeiro que a CBF começa a implantar. Já existem também sinais concretos do potencial de investimento popular. A conversão de ativos em tokens digitais (tokenização) de direitos creditórios ligados ao Mecanismo de Solidariedade da Fifa,realizada por Vasco e Santos,e iniciativas como a vaquinha do Corinthians,que arrecadou mais de R$ 40 milhões,mostram que o torcedor quer participar,não apenas consumir.

O Brasil pode reinventar o futebol ao transformar paixão em patrimônio,criando mecanismos modernos,seguros e acessíveis para que o torcedor possa investir nos clubes,protegendo-os de aventureiros e investidores predatórios.

Nenhum outro país reúne condições tão favoráveis: uma das maiores economias globais,clubes com as maiores torcidas do mundo e um esporte que é prioridade nacional. Se clubes,reguladores e torcedores compreenderem esse caminho,o país poderá dar início à era do torcedor-investidor,com o futebol impulsionando o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro e inaugurando um novo ciclo de desenvolvimento para o esporte.

*Pedro Trengrouse é presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

Gratuidade de bagagens nos aviões tem de ser relegada ao esquecimento

Trump descobre que ‘o grande porrete’ não vive duas vezes

Redução da pobreza não significa vitória

Torcedores precisam se tornar investidores

Doutores por experiência de vida

A República? Ora, a república

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap