A Booking "cometeu dois casos de abuso de posição dominante desde pelo menos 1 de janeiro de 2019 ao impor um certo número de condições comerciais desleais aos hotéis localizados em Espanha que utilizam os seus serviços",disse a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência espanhola (CNMC),num comunicado.
Segundo a CNMC,a Booking impôs condições comerciais não equitativas que,por exemplo,impedem os hotéis de oferecer preços mais baratos nas suas próprias páginas na Internet enquanto a plataforma se reserva a possibilidade de baixar valores.
Por outro lado,em caso de conflito,os hotéis têm de recorrer aos tribunais dos Países Baixos,onde a Booking tem a sua sede,ficando excluídas as instâncias judiciais de Espanha,o que gera custos "não equitativos",segundo a CNMC.
A autoridade considerou que a Booking prejudicou também outras agências de viagens 'online' que concorrem com a plataforma.
Neste último caso,ao posicionar melhor os hotéis com mais reservas feitas na própria Booking,a plataforma impediu a entrada no mercado ou a expansão de outras agências,disse a CNMC.
A quota de mercado da Booking em Espanha oscilou entre os 70% e os 90% no período investigado pela autoridade da concorrência.
As práticas da plataforma foram o objeto de uma queixa por abuso de posição dominante em 2021,apresentada pela Associação Espanhola de Diretores de Hotel e pela Associação Empresarial Hoteleira de Madrid.
A CNMC abriu em outubro daquele ano o processo sancionador contra a Booking.
A decisão da autoridade da concorrência de Espanha pode ser objeto de recurso na justiça.
Segundo os meios de comunicação social espanhóis,esta é uma das maiores multas jamais impostas pela CNMC.
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