A candidata à prefeitura de Porto Alegre Juliana Brizola (PDT) — Foto: Edilson Dantas / O Globo
GERADO EM: 29/08/2024 - 03:31
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Apoiada pelo tucano Eduardo Leite,a quem já criticou no passado,Juliana Brizola diz que política é feita de momentos e defende uma gestão sem “ranço ideológico”. Neta do ex-governador Leonel Brizola,ela propõe reduzir impostos para que empresas não deixem Porto Alegre após prejuízos causados pela chuva.
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Na sua avaliação,quem são os culpados pelas consequências da enchente de maio deste ano?
A atual prefeitura não teve o cuidado. O prefeito é próximo de um síndico,um zelador. Tem determinadas coisas que você tem de conservar,fazer uma manutenção,regular. Nem estou chegando já nos problemas que tiveram as comportas,as casas de bomba ou os diques. Falo numa questão anterior,que teria minorado em algum ponto essa enchente,que é aquela coisa básica de limpeza dos bueiros,das galerias pluviais. Ficou claro que não existia há bastante tempo. Entendo que ele (Sebastião Melo) traiu a confiança da população porque não soube proceder naquele momento.
O que propõe para tornar Porto Alegre mais resiliente?
Precisamos de uma transição,de um plano diretor de drenagem urbana também sustentável. Há iniciativas em outros locais,como os jardins de chuva que já existem em São Paulo,biovaletas,parques lineares. O conceito de cidade esponja. Precisamos criar um sistema de monitoramento e alerta na cidade,que seja gradativo,mas que oriente a população para ela não ficar perdida como ficou.
Como propõe redução de IPTU nos bairros mais atingidos pelas enchentes se a cidade precisa de recursos para a reconstrução?
Temos um orçamento de R$ 11 bilhões que sabemos que depende muito de onde o gestor vai querer aplicar,o que dar prioridade. Neste momento,além de toda essa reconstrução,é muito importante auxiliar as pessoas que estão se levantando. Desconto no IPTU significa tentar fazer a economia voltar a girar. Tivemos mais de 45 mil CNPJs atingidos. A cidade vive uma fuga. Os empresários não querem mais ficar,estão indo para cidades próximas ou mesmo saindo do Rio Grande do Sul. O poder público tem de fazer um sacrifício para a cidade voltar a crescer.
Porto Alegre teve prefeitos de esquerda,mas desde 2016 elege candidatos à direita. Por quê?
Porto Alegre não é uma ilha. O Brasil vem caminhando por alguns caminhos tortuosos,tanto de extrema esquerda,em alguns momentos,como da extrema direita. A história de Porto Alegre se mistura com a do Brasil nesse momento de crescimento da direita,de criminalização da esquerda. O atual prefeito mudou muito,porque nunca foi de direita. Porto Alegre é uma cidade progressista,mas a esquerda muitas vezes se perde também na má gestão. A esquerda,em algum momento,ajudou o crescimento da extrema direita.
A senhora foi critica do governador e chegou a falar que ele mente em publicações. Espera tê-lo no palanque?
Óbvio,é convidado de honra. Fiquei honrada com o apoio. A política é feita de momentos. Hoje Alckmin é vice do Lula. Cada momento requer uma postura.
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