Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Bullying com bolsistas: alunos que não pagam mensalidade enfrentam diversos preconceitos em escolas privadas

2024-09-09 HaiPress

Bolsistas enfrentam preconceitos em escolas privadas — Foto: Divulgação

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 09/09/2024 - 03:30

Bullying e preconceito contra bolsistas: escolas privadas no Rio sob pressão

Alunos bolsistas sofrem bullying e preconceitos em escolas privadas no Rio. Falta preparo das instituições para lidar com casos. Famílias recorrem à polícia. Escolas enfrentam denúncias de omissão diante de discriminação. Debate cresce sobre inclusão e formação para evitar episódios de preconceito. Presidente do Ponteduca destaca importância da diversidade e efetiva oferta de bolsas de estudo para combater elitismo nas escolas particulares.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

LEIA AQUI

Sucessivos xingamentos e um bilhete homofóbico de alunos do Legacy School,escola particular na Zona Oeste do Rio,levaram a família de um estudante de 15 anos a fazer um registro de ocorrência. No pedaço de papel,que circulou entre colegas da turma em junho,a vítima foi chamada de “nojento”,“boiola”,“estranho” e “pobre”. Segundo a mãe,que pediu para não ser identificada,a decisão de procurar a polícia resultou da inércia do colégio em coibir o bullying na instituição e do medo de o filho ser agredido fisicamente por ser negro e gay. A escola nega omissão.

Antônio Góis: Paralimpíada de Paris é propícia para refletirmos sobre políticas de inclusão no país

A omissão inicial diante de casos de bullying,racismo,homofobia e até segregação dos bolsistas é uma das principais denúncias que recaem sobre escolas particulares que lidam com essas situações. Segundo pais,alunos e especialistas em educação,o preconceito se dissemina devido à falta de preparo para lidar com os episódios e à ausência de representatividade e conscientização nas unidades de ensino.

No caso da Legacy School,a instituição informou que reuniu os alunos envolvidos e seus familiares,“a fim de que todas as providências cabíveis à instituição de ensino fossem aplicadas”. O caso é acompanhado pela 42º Delegacia Policial,no Recreio.

— Sou lésbica. Já tive de correr muito na rua para não apanhar e não quero que meu filho passe por isso. Esses jovens que não recebem orientação sobre seus atos preconceituosos são os mesmos que futuramente podem bater em alguém — desabafa a mãe do estudante,que o transferiu de escola.

Em agosto,a família de um estudante de 14 anos também recorreu à polícia após o jovem ser alvo de injúria racial e homofobia de colegas no Colégio pH,na Zona Sul do Rio. As agressões começaram em maio do ano passado,em um grupo de WhatsApp. A vítima relatou que quatro meninas o chamavam de “viado” e dirigiam risadas e olhares em tom preconceituosos quando eram ditos termos como “preto” e “macaco”.

Bilhete de aluno com ofensas — Foto: Divulgação

A cópia de uma troca de mensagens mostra que uma das envolvidas enviou uma figurinha à vítima que dizia “gay não opina aqui”. A escola transferiu o estudante de turma e disse,em nota,que lamenta o ocorrido,“aplicou as sanções e tomou as medidas educativas necessárias”.

— Os ataques são recorrentes,meu sobrinho perdeu a vontade de estudar — afirma Sheila de Paula,tia do estudante.

Discriminação

Quando a escola não está preparada para receber alunos negros,LGBTQIA+ ou portadores de deficiências,o aprendizado e desenvolvimento psicossocial dos estudantes podem ser comprometidos,por falta de motivação e baixa autoestima,aponta Ana Paula Brandão,gestora do Projeto Seta,focado em educação antirracista.

— O grande ponto é evitar que episódios de preconceito aconteçam. Há a necessidade de a escola promover a formação continuada das equipes,da gestão,dos professores,e desempenhar atividades e conteúdos nas disciplinas que promovam a igualdade — explica.

Nas últimas semanas,ganhou força o debate sobre escolas privadas oferecerem atenção especializada a alunos pertencentes a grupos mais vulneráveis após um estudante do Colégio Bandeirantes,em São Paulo,se suicidar. O menino era bolsista e já havia se queixado de sofrer discriminação. A escola não quis comentar o caso.

Em Brasília,a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima denunciou um caso de racismo em uma partida de futebol em abril. Alunos do Colégio Galois,também da capital federal,proferiram palavras como “macaco”,“filho de empregada” e “pobrinho”. Ambas são escolas privadas.

De acordo com a Nossa Senhora de Fátima,embora diversos responsáveis da outra instituição estivessem presentes,não foi tomada nenhuma providência adequada. Em nota,o Galois disse que foram feitos “levantamentos,escutas e reuniões” com consultores jurídicos e com os pais dos estudantes. Alguns dos alunos optaram por deixar a instituição e os que ficaram receberam “medidas pedagógicas éticas disciplinares”,como letramento em direitos humanos.

Para o presidente do Ponteduca,Gabriel Domingues,um dos meios de dissolver o caráter elitista das escolas particulares é o cumprimento efetivo do número de ofertas de bolsas de estudo,que abrange estudantes de classes sociais menos favorecidas.

— As escolas e famílias não devem enxergar as bolsas como caridade. A diversidade ajuda na formação. Precisamos superar o dado de que 92% das escolas incluídas na Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social,que exime as instituições de alguns impostos,estão irregulares — acrescenta Domingues.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

Filhos de 'inseminação caseira' podem ter nome das duas mães na certidão de nascimento

‘Risco Trump’ complica estratégia de Lula para 2026

Polvo Marisqueria tem 'preços bons, e não há economia nas porções'; leia a crítica

Einstein com Marilyn, Otto e o Cerrado: um programa para cada dia da semana

Solteira aos 82, Susana Vieira se diz animada para levar peça que estreia no Rio a Lisboa: 'por lá, tenho uma pessoa que gostei muito, até dei uma namorada, e vou reencontrá-la'

Onda crua: tartares, crudos e carpaccios são destaque nos cardápios para o calor

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap