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'Paz com a Natureza' em tempos de crise: COP16 começa na Colômbia sob ameaça de facção e forte esquema de segurança

2024-10-21 HaiPress

Um homem passa em frente à painel sobre a COP16 nas ruas de Cali,na Colômbia — Foto: Joaquin Sarmiento / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 21/10/2024 - 04:30

COP16: Desafios para a Biodiversidade

COP16 inicia na Colômbia sob ameaça de facção dissidente das Farc e forte esquema de segurança. Objetivo é reverter perda de biodiversidade até 2030,mas desafios incluem falta de ações concretas e recursos financeiros. Meta 30x30 em risco,com apenas 29 países enviando estratégias até agora. Além disso,relatórios alarmantes sobre degradação ambiental e redução da vida selvagem destacam urgência da situação. Acordo busca integrar biodiversidade na economia e sociedade.

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Sob o tema "Paz com a Natureza",começa nesta segunda-feira,em Cali,na Colômbia,a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (COP16),com o objetivo de alcançar a implementação do acordo internacional para reverter a perda de biodiversidade em todo o planeta até 2030. Apesar do tema,a cúpula — que receberá até o dia 1º de novembro em torno de 15 mil pessoas,incluindo chefes de Estado,como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — ocorre num contexto oposto ao de paz e sob um forte esquema de segurança na terceira maior cidade do país. A maior preocupação é a facção dissidente das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc),conhecida como Estado-Maior Central (EMC),que rejeitou o acordo de paz de 2016 e já lançou ameaças diretas à conferência,embora tenha anunciado anteriormente uma "suspensão" temporária das ofensivas locais devido ao evento.

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Situada no sudoeste do país,a aproximadamente 465 quilômetros da capital Bogotá,Cali é uma cidade do departamento de Valle del Cauca,um dos bastiões do EMC. Liderada por Iván Mordisco,a facção teve os acordos de cessar-fogo com o governo suspensos em agosto,levando o grupo a aumentar a tensão na região,incluindo uma nova intimidação sobre a cúpula no sábado passado.

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"Convidamos os delegados da comunidade nacional e internacional a absterem-se de participar neste evento",disse um comunicado do grupo dissidente na rede social X,logo após uma operação militar em El Plateado,no departamento vizinho de Cauca,também dominado pelo EMC. A operação deixou pelo menos 20 feridos.

— Em poucos dias,inauguraremos o primeiro evento internacional também sob ameaça. Todos estamos nervosos para que nada de ruim aconteça — declarou o presidente Gustavo Petro na sexta-feira. — Há quem queira que isso seja uma vitrine da violência e da morte. E há quem queira que seja a vitrine do que há de mais belo na Colômbia.

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Apesar do momento turbulento com a guerrilha e os obstáculos para implementar o plano de "paz total" no país,Petro afirma que a segurança da cúpula está garantida. Para isso,em torno de 11 mil policiais e soldados foram mobilizados para Cali,com apoio de drones,tanques,helicópteros e um novo barco que patrulhará o Rio Cauca,que margeia a cidade. Além de proteger os participantes e também moradores dos arredores da cúpula,agentes da polícia de Nova York ministraram treinamentos para autoridades locais sobre como lidar com ameaças terroristas em grandes eventos.

Desafios da cúpula

Paralelamente à questão da segurança,a cúpula também enfrenta outro desafio,dessa vez em relação ao tempo e às suas próprias metas: restam apenas cinco anos para que seja alcançado o objetivo global de conservação de 30% das áreas terrestres e marinhas de todo o planeta — conhecida como "Meta 30x30" —,estipulado no acordo de Kunming-Montreal,assinado em 2022. E pouco tem sido feito até então.

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Segundo a ONU,até agora,apenas 29 dos 196 países signatários enviaram suas estratégias nacionais dentro do prazo final da COP16,incluindo o Brasil. Outras 91 nações esboçaram objetivos menos ambiciosos,disse a secretária-executiva da cúpula,Astrid Schomaker. Além disso,os recursos financeiros mobilizados até o momento estão muito abaixo do necessário para cumprir as metas globais de conservação.

Um relatório recente da Metabolic Consulting,com o apoio do Bloomberg Ocean Fund,mostrou que somente 2,8% dos oceanos estão efetivamente protegidos atualmente,sugerindo que,no ritmo atual,essa parcela não deve chegar nem aos 10% até 2030. Segundo a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES),três quartos da superfície terrestre foram significativamente alterados e 66% dos oceanos foram degradados desde 1970.

Militares patrulham ruas do centro de Cali às vésperas da COP16,na Colômbia — Foto: Joaquin Sarmiento / AFP

Além disso,a mais recente edição do Relatório Planeta Vivo 2024 da ONG WWF revelou uma redução alarmante de 73% no tamanho médio das populações de vida selvagem monitoradas entre 1970 e 2020. A situação é ainda mais crítica na América Latina e no Caribe,onde a queda média alcançou impressionantes 95%.

O Marco Global Kunming-Montreal foi adotado durante a COP15,realizada em duas etapas devido à pandemia de Covid-19: a primeira em Kunming,na China,em 2021,e a segunda em Montreal,no Canadá,em 2022. A Meta 30x30 é apenas uma das 23 estabelecidas para combater a perda de biodiversidade e restaurar ecossistemas até o fim desta década.

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Entre os objetivos principais,também está a redução da poluição por nutrientes e plásticos,e o aumento do financiamento para a conservação,com foco na eliminação de subsídios nocivos ao meio ambiente. O acordo prevê "pelo menos US$ 20 bilhões anuais até 2025,e pelo menos US$ 30 bilhões anuais até 2030",aproximadamente o dobro e o triplo da atual ajuda internacional para a biodiversidade. Ainda não está claro como se dará a distribuição dos recursos.

O acordo também busca integrar a biodiversidade em políticas econômicas e sociais,promovendo a colaboração entre governos,setor privado e sociedade civil.

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