Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Met Gala, que terá dandismo negro como tema, inspira estilistas brasileiros, que refletem sobre suas versões tropicais

2024-11-20 HaiPress

Campanha da marca Dod Alfaiataria — Foto: Divulgação

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 13/11/2024 - 17:00

Met Gala 2025 celebra o dandismo negro

O Met Gala de 2025 celebrará o dandismo negro,resgatando raízes da moda masculina africana. Estilistas como Jubba Sam e Patrick Fortuna destacam a importância da representatividade preta. A exposição "Superfine: Tailoring Black Style" inspira-se no livro de Monica Miller,evidenciando o dandismo como ferramenta de identidade e contestação histórica na moda masculina.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

Resgatar as raízes do estilo masculino negro na diáspora: esse é o tema do próximo Met Gala,tradicional evento de gala do Metropolitan,que acontecerá no dia 5 de maio de 2025. A exposição que acompanhará,chamada “Superfine: Tailoring Black Style”,trará ao museu um grande painel do dândi negro. Expert em macrotendências,Iza Dezon adorou a abordagem. “Atualmente,há diversas manifestações de masculinidades negras,e esse dandismo se mistura a regiões e também ao lifestyle”,analisa. O stylist e comunicador de moda Dudu Bertholini destaca a importância de se colocar o homem preto na ribalta. “Espero ver um protagonismo preto no red carpet e que as pessoas tenham cuidado extra com apropriações culturais.”

O estilista Washington Carvalho da marca Inttui — Foto: Rodrigo Ladeira

Por aqui,a inspiração no dandismo negro também se faz presente e ganha tempero tropical. Marcas como Dod Alfaiataria,Ateliê Mão de Mãe e Inttui dão viés político e ancestral em coleções que transitam pelo passado de olho no futuro. “Quero ser reconhecido como o cara que reinventou esse lance da elegância”,diz o paulistano Jubba Sam,de 51 anos,fundador da Dod Alfaiataria,cujo nome é a abreviação das expressões “dapper (bem vestido) or dandy”.

Jubba frisa que o Met Gala só fará sentido se impactar na quantidade de pessoas pretas que estarão no baile. No dia a dia da Dod Alfaiataria,essa troca já acontece. “Viramos referência para músicos que são a nossa referência”,comemora. A “não tradicional” alfaiataria criada pelo skatista é traduzida em calças com shape mais largo e partes de cima “quadradas”. “Para atender a corpos diversos.”

Patrick Fortuna da marca Mão de Mãe — Foto: Leandro Lima

Já o estilista baiano Patrick Fortuna,de 38 anos,do Ateliê Mão de Mãe,exalta o tema do baile do Met. “Eu como homem preto me sinto extremamente lisonjeado. Falar sobre homens pretos é falar sobre revolução e lembrar nomes como Martin Luther King e Nelson Mandela”,analisa. “Ver que essa história está sendo contada no tapete vermelho é muito gratificante e nos empodera para que possamos ocupar,cada vez mais,espaços que nos foram negados. Será um marco,icônico”,opina,citando ainda o peso dos coanfitriões do evento: “Pharrell Williams,Lewis Hamilton e A$AP Rocky,entre outros”. Com uma rede de 80 crocheteiras,o propósito da etiqueta é valorizar o artesanal e trazer à tona a cultura preta. “A coleção de verão 2025 vem cheia de potência e carregada de simbologia. É inspirada nas Ìyàmi,orixás que representam o ancestral feminino”,explica o estilista.

Para o stylist Rogério S.,que se dedica há 30 anos à moda masculina,alguns nomes precisam ser lembrados. “Considero o Luiz de Freitas o primeiro dândi da moda brasileira. O cantor Gilberto Gil também carrega essa elegância,assim como o estilista Luiz Cláudio Silva,da Apartamento 03”,lista. Luiz de Freitas lembra como se apropriou da estética nas décadas de 1980 e 1990: “Usei minha moda para emprestar liberdade e autoestima ao homem negro,tão neglicenciado. Abracei o dandismo,mas acrescentei fantasia a esse movimento para dar autenticidade.”

Diretor criativo da marca Inttui,o baiano de Feira de Santana Washington Carvalho,de 26 anos,acredita que a tendência foi,primeiramente,uma fuga. “Mas tornou-se personalidade”,frisa. Na sua etiqueta agênero,criada há quatro anos,ele sugere uma alfaiataria desconstruída. “Com materiais como linho,adequados ao nosso clima. A calça tem cintura alta. A modelagem está no DNA da minha marca,que fala sobre intuição”,conta.

De acordo com Monica Miller,professora e presidente de estudos africanos no Barnard College,da Universidade Columbia (a exposição do Met,“Superfine: Tailoring Black Style”,é inspirada no seu livro “Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity”),“o dandismo negro foi uma ferramenta para repensar a identidade”. Vale lembrar que o movimento dândi,que eclodiu no século XVIII,foi,além de estilo de vida,uma forma de contestação do sistema indumentário daquela época,indo contra o traje masculino da burguesia. Na moda,isso se refletia em homens com lenços amarrados no pescoço,gravatas de musseline e modelagem mais ajustada. O stylist Rogério S. pontua a renovação do estilo através do tempo. “Os dandies do Congo,conhecidos como sapeurs,inseriram a as cores vibrantes. Essa liberdade faz toda diferença.”

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

Entenda passo a passo a madrugada que terminou com policial civil matando empresário na Barra da Tijuca após briga por estacionamento

‘Dólar acima de R$ 6 é complicado para a indústria. Como a gente projeta?’, diz CEO da Lenovo Brasil

Aliados de Bolsonaro apostam em ofensiva de Trump e Musk contra Alexandre de Moraes

Galeão: Novo leilão do aeroporto do Rio prevê lance mínimo de R$ 600 milhões e saída da Infraero

Paes abre investigação sobre empresa interessada na bilhetagem eletrônica do Jaé

Medicamentos como Ozempic e Mounjaro são promissores não só para tratar obesidade; entenda

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap