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Promotor responsável por investigações contra Trump renuncia a menos de 10 dias para retorno do republicano à Casa Branca

2025-01-12 HaiPress

Jack Smith,promotor especial responsável por duas das três acusações criminais contra o ex-presidente americano Donald Trump — Foto: SAUL LOEB / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 11/01/2025 - 19:23

Promotor-chave renuncia antes de retorno de Trump

Promotor responsável por investigações contra Trump renuncia antes do retorno do republicano à Casa Branca. Jack Smith deixou o cargo após pressões de Trump e batalhas judiciais. Smith,com vasta experiência em casos complexos,liderava investigações sobre Trump desde sua nomeação por Merrick Garland. A renúncia ocorre em meio a tentativas de impedir a divulgação do relatório final das investigações.

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O promotor que supervisionava as investigações criminais federais sobre o presidente eleito dos Estados Unidos,Donald Trump,renunciou ao cargo e se desligou do Departamento de Justiça americano,segundo documento judicial apresentado pelo governo neste sábado. A confirmação da saída de Smith ocorre enquanto o departamento luta contra uma tentativa de dois ex-co-réus de Trump de impedir a divulgação do relatório final do promotor sobre as investigações.

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Smith,um ex-promotor de crimes de guerra que perdeu uma longa batalha contra a equipe jurídica de Trump nos tribunais de apelação e na Suprema Corte,deixou seu escritório na sexta-feira,segundo um alto funcionário da aplicação da lei. Ele investigava o presidente eleito por seu papel em tentar reverter os resultados da eleição presidencial de 2020,além do caso dos documentos confidenciais que o republicano levou para sua mansão na Flórida após deixar a Casa Branca em 2021.

O promotor foi nomeado em novembro de 2022 pelo ministro da Justiça do governo Biden,Marrick Garland,para liderar as duas investigações criminais. Na época,a decisão foi tomada pouco após Trump anunciar formalmente sua candidatura à reeleição. Sua equipe apresentou duas acusações contra o magnata,mas nenhum dos casos chegou a julgamento. Ambos os processos foram abandonados por Smith após a vitória de Trump em novembro,citando a política de longa data do departamento contra processar presidentes em exercício no país.

O departamento já havia divulgado que Smith tinha concluído seu relatório final e o submetido a Garland em 7 de janeiro. Garland,por sua vez,pretende divulgar ao público o primeiro volume do documento,que diz respeito à investigação sobre os esforços de Trump para reverter a eleição de 2020. Já o segundo volume,que trata da investigação sobre o manuseio de documentos oficiais pelo republicano,deve ser compartilhado com membros do Congresso,mas não se tornará público devido ao caso criminal pendente contra dois associados de Trump.

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Smith havia indicado sua intenção de sair do cargo antes que Trump,que havia ameaçado demiti-lo,assumisse a Presidência em 20 de janeiro. Sua última semana foi marcada por mais um revés jurídico nas mãos da juíza Aileen Cannon,que foi nomeada por Trump e cuidou do caso dos documentos confidenciais em que ele é réu. Na terça-feira,ela bloqueou a divulgação pública do relatório final de Smith até que um tribunal de apelações em Atlanta defina como lidar com o documento.

Quem é Jack Smith?

Apesar da enorme tensão política,casos difíceis como os de Trump estão longe de ser novidade na carreira de Smith,que atua em processos criminais há mais de três décadas — incluindo passagens pelo Tribunal Penal Internacional (TPI),em Haia. Formado pela Faculdade de Direito de Harvard,ele iniciou a carreira de promotor em 1994,no escritório do procurador distrital de Manhattan — na época sob comando de Robert Morgenthau,conhecido por processar chefes da máfia.

Em 1999,começou a trabalhar na Procuradoria dos EUA no Brooklyn. Lá,ocupou cargos de supervisão e trabalhou em uma série de casos de corrupção e crimes envolvendo agentes públicos. Um dos mais famosos foi a acusação contra Charles Schwarz,um dos ex-policiais que participaram dos atos de tortura e estupro do haitiano Abner Louima.

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Em 2008,Smith deixou o cargo para supervisionar casos de crimes de guerra no TPI em Haia. Na função,atuou em investigações de alto nível envolvendo funcionários de governos estrangeiros e membros de milícias procurados também por crimes contra a humanidade e genocídio. Ele retornou ao Departamento de Justiça em 2010 para chefiar a Seção de Integridade Pública,responsável por investigar crimes federais como suborno e fraude eleitoral,ficando lá até 2015.

Sob o seu comando,o departamento abriu processos contra figuras como o ex-governador da Virgínia Bob McDonnell,republicano acusado de corrupção. O caso,porém,foi anulado por unanimidade pela Suprema Corte dos EUA em 2016. A unidade também processou o ex-candidato democrata à vice-presidência John Edwards,que acabou absolvido posteriormente por um júri.

Por outro lado,Smith também conseguiu vitórias notáveis na Justiça,como a prisão do democrata Sheldon Silver,ex-presidente da Assembleia Legislativa de Nova York,também por corrupção. Ele ainda ajudou na condenação de Rick Renzi,ex-congressista republicano acusado de corrupção. Renzi,no entanto,recebeu perdão presidencial de Trump.

(Com Bloomberg e New York Times)

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