Célia Regina caminha na Pista Cláudio Coutinho,na Urca: “Se não estou aqui,tento passear em algum shopping: vejo as modas e ainda aproveito o ar-condicionado” — Foto: Agência O Globo / Gabriel de Paiva
GERADO EM: 21/01/2025 - 21:20
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Acabou o refresco. Os primeiros dias de janeiro e suas temperaturas surpreendentemente amenas ficaram mesmo para trás. O verão,enfim,chegou com tudo e o famoso slogan Rio 40 graus,pode ser,mais uma vez,tomado ao pé da letra. Enquanto uns festejam,outros torcem o nariz. Uma coisa,no entanto,une os dois grupos: a necessidade de se proteger de alguma forma do sol forte e do excesso de calor. O GLOBO registrou algumas das estratégias adotadas pelos cariocas para “atravessar o deserto”.
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Pela previsão do site Climatempo,os termômetros devem permanecer acima dos 30°C até domingo pelo menos. Hoje a máxima prevista é de 37°C; na quinta e na sexta haverá uma pequena queda,mas não muito: 34°C e 32°C,respectivamente. O calorão volta no sábado. No domingo,uma frente fria começa a chegar e a semana que vem,segundo a previsão estendida do site,será de temperaturas variando entre 27°C e 28°C. Bem mais fresco. A tendência segue até o primeiro fim de semana de fevereiro,com previsão de retomada para níveis acima de 30°C apenas para o dia 4.
— Até a semana passada,a gente observou,no Rio,temperaturas na casa dos 27°C a 29°C,muito guiadas pelo fenômeno climático La Niña,que faz com que a gente tenha mais presença de algumas massas de ar frio na cidade. Esta semana,o que que aconteceu é que voltamos a ter as condições próprias do verão. Essa oscilação é esperada quando se trata do La Niña. Só que esse período vem com um calor até exagerado,por conta das mudanças climáticas. Quando faz calor,faz calor de verdade,não é qualquer calor,é sempre acima da média — observa César Soares,meteorologista da Climatempo.
O que os meteorologistas medem com instrumentos e cálculos,os cariocas sentem na pele. Desde a manhã da última sexta-feira,o Rio está no Nível 3 de Calor (NC3),em escala,definida pela prefeitura,que vai até cinco. A classificação permanecia inalterada até a noite de ontem com tendência de seguir assim ao longo do dia de hoje. Esse calor caracteriza-se quando há registro de índices de calor alto (de 36°C a 40°C) com previsão de permanência ou aumento por,ao menos,três dias consecutivos. Nesta classificação,são iniciadas ações de comunicação para alerta à população por meio dos canais oficiais da prefeitura,avisos em mobiliário urbano nas vias de transporte e pela imprensa.
Ontem a máxima foi de 40,4ºC em Irajá. Pela medição do Alerta Rio,da prefeitura,a cidade registrou cinco dias seguidos de temperatura máxima acima dos 39ºC,com pico no domingo,de 41,9ºC. Confira o que os cariocas fazem para driblar o calorão:
Isabele Ribeiro amamenta o filho sob a barraca,no Leme: “Praias e cachoeiras têm sido os nossos refúgios” — Foto: Agência O Globo / Gabriel de Paiva
Se proteger é fundamental. Aos 64 anos,Maristela Siqueira usa todos os artifícios para se proteger do sol. A aposentada vive no Méier,mas não perde uma oportunidade de caminhar na orla. Sempre com a pele trabalhada no filtro solar,óculos de sol,boné e até a boa e velha “sombrinha”. A idosa é firme ao afirmar que não deixa de cuidar da saúde:
— É certo que a maioria dos cariocas,assim como eu,vai para os lugares mais fresquinhos e abertos. Só que isso exige um cuidado maior com a pele.
Se a opção for a praia,não tem jeito: protetor solar sempre renovado,guarda-sol e... leque. A secretária Patrícia Brasil,de 52 anos,revela que não tira o leque vermelho da bolsa até o fim da estação.
— Nesse verão,eu gosto de ficar na praia,mesmo que todas estejam sempre cheias. Até mesmo na sombra,fico pingando. Estou apelando para tudo — relata.
Quem precisa tomar medicamentos diariamente,como hipertensos e diabéticos,deve redobrar a atenção para não esquecer o remédio. Isso porque o calor em excesso pode desestabilizar o metabolismo e se tornar um perigo em potencial. A Secretaria municipal de Saúde relata aumento de procura de suas unidades nesses casos durante uma sequência de dias mais quentes.
Enquanto a maioria corre em direção ao mar,a engenheira Heloísa Oliveira,de 39 anos,e a filha Mariana Ayumi,de 7,que vivem no Leblon,buscam se aventurar pelas outras belezas que o Rio oferece. Ontem,as duas fizeram a trilha do Pão de Açúcar e montaram toda uma programação que ainda incluía um mergulho na Praia Vermelha e,por fim,um sorvete.
— Vim na expectativa de estar na natureza,num local arborizado e que estivesse com vento batendo,mas até na trilha estava complicado. Esta semana ainda devemos ir ao Jardim Botânico porque é uma outra opção no calor — detalha.
O vendedor dá seu jeito para se proteger do sol,em Madureira — Foto: Agência O Globo / Domingos Peixoto
Assim como as duas,Celia Regina,moradora do Flamengo,tirou o dia para fazer uma caminhada na pista Claudio Coutinho,na Urca. Quando não está ali,ela gosta de passear pelos shoppings:
— Acho horrível o calor,me sinto muito desgastada fisicamente. A praia é muito cheia,então dispenso. Sendo assim,venho para cá,esse lugar lindo e de paz. Se não estou aqui,tento passear em algum shopping porque aí junto o útil ao agradável: vejo as modas e ainda aproveito o ar-condicionado.
Garantir uma hidratação adequada é fundamental em dias de calor. O secretário municipal de Saúde,Daniel Soranz,explica que a preocupação em relação a idosos e crianças deve ser redobrada:
— A gente observa que sempre há picos de atendimento a casos de desidratação nas unidades de saúde nesta época. E o problema é maior com crianças e idosos,que têm uma dificuldade maior de perceber a sede.
Além de manter o olho vivo na hidratação,Isabele Ribeiro,de 22 anos,se preparou comprando roupas com proteção e uma espécie de barraquinha inflável com piscina para conseguir levar seu bebê para brincar na areia:
— Eu me sinto privilegiada por ter ar-condicionado em casa,mas mesmo assim,às vezes,só um banho bem gelado é capaz de aliviar. Comprei uma barraquinha e tudo para o meu filho conseguir aproveitar também. Praias e cachoeiras têm sido os nossos refúgios.
Se for à praia,à cachoeira,ao parque ou à trilha,evite sempre exposição prolongada ao sol e tome muito cuidado com produtos para bronzeamento. Prefira sempre o protetor solar. Nesta época,de acordo com a SMS,são comuns atendimentos a pessoas com queimaduras de segundo e até terceiro graus devido ao exagero na hora de “pegar um bronze”. O que era para ser divertido termina dolorido.
Não são só os tutores que sofrem com o calor. Neste período,é preciso atenção especial com a hidratação dos pets. Aquele passeio pela vizinhança também precisa ser bem planejado. Dependendo da hora,as patinhas podem sair machucadas.
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