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2025-03-17 IDOPRESS

É preciso entender o que está por trás da decisão de não se vacinar — Foto: FreePik

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 14/03/2025 - 20:14

Possível Corte de Financiamento do NIH Ameaça Pesquisa sobre Hesitação Vacinal

O artigo discute a importância da pesquisa sobre hesitação vacinal,destacando que o possível corte de financiamento pelo NIH pode comprometer o entendimento de como decisões sobre vacinas afetam a saúde pública. Sem pesquisa,campanhas de vacinação podem ser ineficazes,prejudicando a economia e a saúde. A pesquisa é crucial para informar e otimizar políticas,evitando erros passados,como o retrocesso na pesquisa sobre violência armada nos EUA.

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De acordo com um artigo no Washington Post,o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) deve encerrar ou limitar o financiamento de projetos de pesquisa sobre aceitação de vacinas,atingindo “mais de 40 bolsas para pesquisadores em todo o país que buscam entender por que a aceitação de vacinas diminuiu”. Entender as causas da queda na cobertura vacinal é apenas um de vários temas que investigam como decisões impactam saúde pública e economia.

Quando analisamos a motivação para vacinar,precisamos responder a uma série de perguntas: é fácil o acesso? O centro de vacinação é próximo? Qual o horário de funcionamento? Pessoas vão precisar faltar no trabalho,ou na escola? Qual o conhecimento que o público-alvo tem sobre a doença que a vacina previne? Há barreiras ou incentivos religiosos ou culturais? Respondendo a essas perguntas,podemos nortear campanhas,parcerias com comunidades,e iniciar diálogos. Sem o diagnóstico,corremos o risco de adotar soluções erradas para problemas reais.

A pesquisa sobre hesitação e aceitação da vacina também investiga retorno sobre o investimento e a viabilidade econômica. Não é coincidência que o Prêmio Nobel de Economia de 2019 tenha sido concedido a uma equipe de cientistas americanos cujo trabalho promoveu o uso de ensaios randomizados em ciências sociais. Abhijit Banerjee,Esther Duflo e Michael Kremer estudaram como a motivação para vacinar poderia ser melhorada com incentivos,resultando em um melhor retorno sobre o investimento para o governo. Suas pesquisas salvam vidas e também economizam dinheiro.

Outra razão para não proibir esse campo de pesquisa,além do óbvio – vacinas previnem doenças graves e salvam vidas – é que isso pode ser um tiro no pé para as autoridades que acreditam estar protegendo o direito de escolha de seus apoiadores. A pesquisa científica tem o hábito de ser imprevisível e contraintuitiva em seus resultados. Os eleitores que,nos EUA,votam no partido de Donald Trump provavelmente não são todos radicais antivacinas. E podem querer ter pesquisas sobre como otimizar o investimento e o retorno em boas campanhas de vacinação.

Um bom exemplo histórico foi o fim do financiamento federal para estudos epidemiológicos sobre violência com armas de fogo nos EUA. Em 1996,Jay Dickey,deputado do Arkansas,conseguiu colocar a seguinte emenda no projeto de lei do orçamento: “Nenhum dos fundos disponibilizados para prevenção e controle de lesões nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) pode ser usado para defender ou promover o controle de armas”. Isso levou à proibição de pesquisas com verba do CDC para avaliar o impacto da violência armada na saúde pública saúde,o que fez a epidemiologia das armas de fogo retroceder anos em comparação à de outros campos.

Sem pesquisa,não havia como responder a perguntas como quem é o dono da arma,se a maioria dos tiroteios envolve armas obtidas legal ou ilegalmente,se o suicídio pode ser prevenido pelo controle de armas,se a violência doméstica pode ser atenuada com o controle de armas,etc.

E no fim das contas,esse apagão de dados não era o que os americanos que se apegam ao direito de ter armas queriam. Pesquisas mostram que a maioria dos americanos concorda que políticas de prevenção à violência armada são necessárias — independentemente de sua filiação política ou de se têm ou não armas,conforme mostra pesquisa de opinião pública conduzida em 2023 pelo Johns Hopkins Center for Gun Violence Solutions.

Cancelar a pesquisa não fez a violência de armas de fogo desaparecer,assim como cancelar a pesquisa sobre hesitação vacinal não garante a liberdade de escolha,porque as pessoas precisam de informações para fazer escolhas. Sem acesso a informações científicas objetivas,elas não são livres,mas iludidas. Assim como o governo dos EUA.

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