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A ciência da guerra fria

2025-03-18 HaiPress

Uma imagem do presidente da China,Xi Jinping,é vista em uma exposição sobre a história do Partido Comunista da China (CPC) no Edifício Vermelho da Universidade de Pequim,em Pequim — Foto: Jade Gao / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 17/03/2025 - 20:57

China Amplia Investimentos em Pesquisa Enquanto EUA Congelam Fundos

Em meio a uma nova guerra fria,a China aumenta em 10% o financiamento em pesquisa científica focando em tecnologias disruptivas como IA e 6G,enquanto o governo Trump congela fundos vitais à pesquisa nos EUA,prejudicando o ambiente científico. A política norte-americana causa pânico na comunidade científica e reduz o intercâmbio acadêmico,com menos estudantes chineses nos EUA. O êxodo de talentos e a queda nos alunos refletem um retrocesso,enquanto a China avança com investimentos estratégicos.

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Em tempo de nova guerra fria,o orçamento militar é uma das notícias mais aguardadas das sessões do Legislativo chinês,concluídas semana passada. Sem surpresas,foi anunciado um aumento de 7,2%,o mesmo do ano anterior. Outro item do orçamento recebeu menos atenção,embora possa ser mais decisivo na corrida geopolítica: a China subiu em 10% o financiamento de pesquisa científica,com foco nas “tecnologias disruptivas”.

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São aquelas que tendem a ser determinantes na economia mundial dos próximos anos,como inteligência artificial,robótica e redes de comunicação 6G. Quando interconectadas,têm o potencial de alterar o equilíbrio global de poder. Enquanto isso,nos EUA,o fator disruptivo é o governo Trump,que declarou guerra à ciência e congelou fundos vitais à pesquisa.

Em nome da austeridade,o governo americano dá um tiro no pé do país. Suas ações criaram pânico na comunidade científica e estilhaçaram o ambiente de incentivo à pesquisa,uma das grandes vantagens comparativas dos EUA. Ao quebrar esse modelo,o presidente suprime outro combustível do sucesso americano: o poder de atrair talentos do mundo inteiro para o país. Incluindo de seu maior rival estratégico,a China.

O advogado paulista Renato Peneluppi é testemunha do efeito Trump nessa virada de jogo. Sócio de uma firma na cidade chinesa de Wuhan voltada a assistir estudantes matriculados em universidades americanas,ele viu a fonte secar. Em novembro,quando Trump ganhou a eleição,o número de novos alunos chineses nos EUA detectados por sua empresa caiu a zero pela primeira vez. Com a escassez de clientes,o negócio aberto em 2011 e que chegou a ter 80 funcionários está prestes a pedir concordata.

Coluna: Trump está em guerra com a universidade

Para entender a redução drástica de alunos chineses nos EUA,pense na “caça às bruxas” e nos casos de agressão a asiáticos do primeiro governo Trump,diz Peneluppi.

— Que pai quer mandar o filho a uma situação dessa? — pergunta ele,que acompanha com pesar a ruptura do intercâmbio acadêmico entre as duas maiores potências científicas. — É um retrocesso civilizacional.

O afastamento pode aumentar ainda mais caso vinguem duas ações defendidas pela linha dura do trumpismo. A primeira é vetar a concessão de vistos a estudantes chineses. A segunda é ressuscitar a desastrosa “Iniciativa China”,que no primeiro governo Trump fez uma caça a acadêmicos por suspeita de espionagem. Co-autor de um estudo que documenta a fuga de pesquisadores de origem chinesa de instituições americanas,o sociólogo Yu Xie,da Universidade Princeton,prevê que o êxodo continuará. Os cortes nos fundos de pesquisa “empurrarão mais cientistas a deixar os EUA em direção à China”,disse à coluna.

Saiba mais: Universidade Columbia afirma que expulsou e suspendeu 'dezenas' de pessoas ligadas a ocupação de prédio

Por décadas,as universidades americanas estiveram no topo da preferência da elite chinesa. Entre os herdeiros notáveis que passaram por lá está a filha única de Xi Jinping,presidente do país. Xi Mingze recebeu o diploma de Psicologia em Harvard em 2015,um ano antes da primeira vitória de Trump. O número de universitários chineses nos EUA ainda é alto,mas muitos agora preferem frequentar campi com características chinesas.

Em tempos de nova guerra fria,avanço científico virou missão patriótica. Na sessão anual do Legislativo,a liderança chinesa deixou claro: tão importante quanto o investimento em ciência está a educação política,“para promover a virtude por meio da educação”.

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