Spotify — Foto: Divulgação
GERADO EM: 10/04/2025 - 20:54
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Por muito tempo,as marcas olharam para os territórios populares e de maioria negra como cenário. O samba era pano de fundo; a favela,“exótica”; a diversidade,“tema de campanha”. Mas algo mudou. E mudou na prática — no chão da roda de samba,no som do tamborim,no calor do pagode e na força das vozes plurais que ecoam desses espaços.
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Projetos como o Quintal dos Pretos e a Casa do Salgado são mais que eventos culturais — são salas de aula,que inspiraram este artigo. Territórios vivos de afeto,resistência,inclusão e protagonismo.
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No Quintal,que pulsa no coração de São Paulo,a roda de samba é também roda de família,de moda,de comida,de empreendedorismo. Crianças brincam ao lado de idosos,pretos e não pretos celebram juntos. E marcas como Spotify entenderam que,ali,não se trata de “inserção de produto”,mas de presença respeitosa,integração dialogada e conexão de potências.
Na edição especial de aniversário do Quintal,o Spotify não chegou com lonas verdes e logos gigantes. Chegou com sensibilidade. Com grana,sim,mas também com visibilidade para artistas ainda pouco conhecidos e com apoio para que nomes como Gloria Groove e Péricles — convidados-surpresa — abrilhantassem ainda mais uma festa que já é linda por si só. Houve respeito à estética do espaço e,acima de tudo,coerência com uma política real de diversidade. Não houve apropriação — houve aliança.
O palco virou um lugar onde vozes negras,LGBTs,crianças e mais velhos entoaram a mesma canção,em diferentes tons,sotaques e histórias. Ali,éramos diversos,diferentes — mas o canto era único.
Na Casa do Salgado,a cena se repete,com identidade própria. Salgadinho puxa o bonde com seus produtores,trazendo gente da nova e da velha escola do samba,num ambiente que é puro acolhimento. Não há tensão no ar — há pertencimento. A Cacildis apoiou esse momento e fez isso não como “dona da festa”,mas parceira da construção coletiva.
Falar dessas marcas não é para promovê-las,mas para que outras — do mesmo porte e importância — entendam que há oportunidades reais e mercados com lógicas justas de geração de receita,compartilhamento de ativos e fortalecimento de quem já constrói no dia a dia.
Essa é a nova inteligência de marca que o século XXI exige. Não basta dizer que valoriza a diversidade — é preciso vivê-la nos territórios onde ela pulsa de verdade. Perceber a diversidade não como custo,mas investimento.
Os palcos da quebrada,as rodas da favela,os quintais e terreiros onde a cultura se reinventa não são apenas vitrines. São centros de inovação afetiva,estética,econômica e política.
Quando uma marca chega com humildade equilibrada,entendendo que ali residem saberes tão sofisticados quanto os que nascem dentro das agências — sem hierarquia de conhecimento,mas com colaboração de saberes e propósito continuado,não apenas pontual —,ela é recebida como parte da família.
Isso é o que diferencia quem chega só para “capitalizar em cima da vibe” de quem vem com verdade. O povo sente. A favela sente. O samba sente. A potência está aí. Não é preciso inventar nada. É só colar do jeito certo,fortalecer quem já faz e deixar o brilho acontecer.
Porque,no fim,como dizia Cartola,“o mundo é um moinho”.
E quem não aprender a dançar no ritmo da quebrada ficará para trás.
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