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Iniciativa privada se opõe ao Estado pedinte

2025-02-10 IDOPRESS

Uber é o aplicativo de serviço de transporte urbano mais popular no Brasil — Foto: Rebecca Maria / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 08/02/2025 - 17:03

Artesãos de Alto do Moura resistem à taxação do Pix: dilema entre Estado e setor privado.

A oposição da iniciativa privada ao Estado assistencialista é evidenciada em um cenário onde artesãos em Alto do Moura preferem o trabalho manual à dependência de programas sociais. A taxação do Pix ameaça a economia local,revelando um embate entre modernidade e tradição. A popularidade de políticos como Lula e Haddad é questionada,enquanto a direita ganha espaço com discursos empreendedores. O Brasil se confronta com dilemas entre assistencialismo e desenvolvimento sustentável,refletindo a busca por equilíbrio entre Estado e setor privado.

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Estava em Alto do Moura,agreste pernambucano,quando começou a onda de taxação do Pix. Na loja de dona M.,separei algumas lindas peças em cerâmica. Quis pagar,mas ela enrolou:

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— Só aceito em dinheiro — me disse. — Nada de Pix. Dizem que vão cobrar imposto.

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— Mas a senhora vai perder a venda?

— Fazer o quê? — retrucou.

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Alto do Moura,em Caruaru,é a terra de Mestre Vitalino,artista do barro,autodidata genial. Seu talento inspirou gerações de artesãos,e hoje a cidade tem dezenas de oficinas de cerâmica. O charmoso lugarejo vive da arte — cerca de 95% da receita tem origem naqueles delicados estúdios,um ao lado do outro. Pequenos museus registram a trajetória dos artistas. Pelas ruas ecoam conversas em francês,inglês e até em árabe — ao contrário de Miami,preferida por muitos brasileiros,por ali chegam turistas de várias partes do mundo. As peças reproduzem personagens do cotidiano,como casais,cangaceiros apaixonados ou ainda cenas do trabalho camponês. É um mundo idílico,onírico,construído sob a aridez do sol — e único em sua beleza.

Logo nas primeiras horas da manhã,quando o calor ainda é ameno,as ruas se enchem com turistas circulando pelos ateliês,onde quem vende as peças são os familiares dos artesãos — filhos,noras,é um pequeno comércio que gira em torno da arte,responsável por ser uma alternativa à áspera rotina na roça. Valor agregado pelas mãos que esculpem o barro. Uma arte globalizada — as cerâmicas de uso cotidiano,como pratos,travessas,tigelas etc.,abastecem as mesas de restaurantes em vários países europeus.

— Por que eles não deixam a gente trabalhar? — ouço de um artesão quando falamos da ameaça que ronda o Pix.

De repente,por alguns dias,a orgulhosa economia daqueles microempreendedores (linguagem da direita?) se viu totalmente desarranjada. A engrenagem encrespou. Tornou-se um comércio parado no ar. Como muitos,não ando com dinheiro em espécie. Como outros,deixei de comprar minhas peças de Mestre Vitalino.

O Brasil — desde sempre debatendo-se entre o arcaico e o moderno,entre o assistencialismo e a iniciativa privada — mostrou seus dentes. Naquele vibrante pedaço do país,ouvi que não interessa o Bolsa Família; preferem a arte e o trabalho gerado por suas próprias mãos. Dias depois,as pesquisas mostraram a queda de popularidade de Lula da Silva,Nordeste afora. Não é de estranhar — a velha cartada de mão dos petistas envelheceu,o truque dos programas sociais em detrimento de desenvolvimento sustentável azedou o jogo. No Uber,já em São Paulo,ouço do motorista autônomo (conceito de direita?):

— A Marta (Suplicy) aumentou os impostos na cidade… O Haddad também. Claro que iam taxar o Pix.

Voz do povo,voz de Deus. O passado condena as gestões petistas — Marta ainda é a Martaxa (aumentou brutalmente o IPTU). Na eleição passada,como vice de Boulos,amargou derrota acachapante. Vitorioso,Ricardo Nunes falou a linguagem do empreendedorismo,da vibrante periferia paulistana nada afeita ao vocabulário de soluções sociais,mas sempre populistas. O Brasil da iniciativa privada emerge em oposição ao Estado pedinte.

Pela manhã,na pista central da Faria Lima,os patinetes trafegam com o operador financeiro (“o mercado”) e o funcionário da área administrativa; até a recepcionista da corretora se arrisca no veículo que simboliza outra época de mobilidade. Estão todos de banho tomado,perfumados e com bons celulares junto ao corpo. É o mundo do consumo estabelecido,mas também de pertencimento (vocabulário da esquerda light) oferecido pelo crediário. São os eleitores que deram vitória a Ricardo Nunes,apresentado como político de direita. E se importam com essa designação? A esquerda continua interditando o debate do país.

— O Haddad é um ministro fraco — disse Kassab,ex-prefeito paulistano.

Lula da Silva,aquele que humilha Haddad dia sim,dia sim,retrucou. Mas ameaça colocar Gleisi Hoffmann,para quem gasto é vida,a seu lado. É como juntar a torcida do Santa Cruz e do Sport (linguagem lulopetista). Todos sabem que Haddad é um ministro fraco,sem a autoridade de Henrique Meirelles ou Paulo Guedes. Como todos sabem que Nísia Trindade repete a destreza de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Mesmo que o Brasil fique sem vacinas pelo imobilismo da ministra (ela é mulher: álibi da esquerda),bem,essas coisas não devem ser ditas. Nem que “a preço de banana”,agora é caro demais. No corpo do Brasil se debatem o médico e o monstro.

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