Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Caso Marielle: conexões entre criminalidade armada, política, polícia e bicheiros vieram à tona

2024-11-01 HaiPress

Caso Marielle e Anderson: julgamento dos réus confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz,que participaram remotamente,de dentro dos presídios — Foto: Gabriel de Paiva

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 31/10/2024 - 22:32

Conexões criminosas no caso Marielle evidenciam falhas do Estado

A condenação de Ronnie Lessa no caso Marielle revela conexões entre criminalidade,política e polícia,evidenciando falhas do Estado em punir homicídios. Menções a bicheiros,políticos e falhas em investigações destacam impunidade e corrupção. O depoimento de Lessa expõe envolvimento de autoridades,incluindo delegado e políticos influentes. A investigação revela sabotagens em casos anteriores e ligações entre policiais e criminosos,como o Escritório do Crime. A morte de Marielle expõe a complexa rede do crime no Rio.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

A condenação de Ronnie Lessa,assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes,além de abrir caminho para a punição dos mandantes e a elucidação completa do crime — o de maior repercussão da história recente do país —,também tem uma importância simbólica. Até o caso Marielle,o ex-PM,apontado pela Polícia Federal e pelo MPRJ como um dos mais temidos matadores de aluguel do Rio,responsável por dezenas de assassinatos nas duas últimas décadas e ligado a chefes do jogo do bicho,milicianos e políticos,jamais havia sido condenado por um homicídio sequer.

Saiba mais: família de Marielle Franco realiza ato no Buraco do Lume,Centro do Rio,após condenação de réusVeja também: Promotor afirma que vai analisar 'discrepância' nas sentenças de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelas mortes de Marielle e Anderson

Até ontem,Lessa era um pistoleiro ficha limpa,um retrato de como o Estado brasileiro falha no esclarecimento de homicídios e na punição aos assassinos. No Rio,regra é a impunidade: só um a cada cinco homicídios é elucidado pela polícia,segundo um estudo do Instituto Sou da Paz; já outro levantamento,do MPRJ,mostra que só 3,5% dos casos são sentenciados. Além de não punir homicidas,o Estado também os treina e os municia. Os assassinos são oriundos dos quadros da PM do Rio e usaram munição desviada da PF.

Até chegar à sentença,os quase sete anos de investigação — com suas idas e vindas,obstruções,omissões e falhas — escancaram as conexões entre a criminalidade armada,a política e o comando da polícia. Após a entrada da PF no caso,Lessa decidiu contar o que sabia e apontou,como mandantes,dois integrantes de um dos clãs mais influentes da política fluminense: o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão. Os tentáculos de ambos se espalham,até hoje,pela máquina do estado e do município,a partir de alianças e relações de compadrio.

Confira: 'pela sua mãe,nós conseguimos',diz pai de Marielle Franco à neta,após condenação de réus

Lessa,em seu depoimento-bomba,ainda revelou que o responsável por garantir a impunidade do crime era justamente o responsável por investigá-lo: Rivaldo Barbosa,chefe da Polícia Civil na época do homicídio. Segundo Lessa,o delegado estava acertado com os mandantes antes do assassinato e,inclusive,deu diretrizes para garantir o sucesso da empreitada — ele teria determinado,por exemplo,que os executores não poderiam monitorar a vítima na Câmara dos Vereadores.

A partir do relato,a PF puxou o fio de casos em aberto deixados por Barbosa ao longo dos seis anos em que esteve à frente da Delegacia de Homicídios (DH) e descobriu uma série de indícios de sabotagem em investigações sobre homicídios em meio a disputas entre bicheiros — justamente os crimes em que pairam suspeitas de envolvimento de pistoleiros notórios,como Lessa e o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega. Inquéritos,como os que apuram os homicídios do bicheiro José Luiz de Barros Lopes,o Zé Personal,e do ex-presidente da Portela Marcos Falcon,passaram anos em gavetas de delegados e promotores,mesmo com provas abundantes sobre a autoria dos crimes. Até hoje,os casos seguem em aberto. Já Barbosa e os irmãos Brazão serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal.

Ainda sobre o caso: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados pelos assassinatos da vereadora e de Anderson Gomes

A participação de capos do jogo do bicho na indústria da morte carioca também veio à tona graças ao caso Marielle. Em meio à investigação do homicídio,enquanto ainda não havia provas sobre seus autores,o MPRJ se viu obrigado a se voltar para a atuação de bicheiros,como Rogério Andrade e Bernardo Bello,e seus sicários — que passaram mais de duas décadas disputando espaço pela cidade sem serem importunados. Foi o dinheiro do jogo ilegal que possibilitou a arregimentação,o treinamento e o financiamento de grupos especializados em matar,como o Escritório do Crime. À reboque do homicídio da vereadora,surgiram investigações que terminaram em mandados de prisões para os capos do bicho e dezenas de policiais associados. Após a morte de Marielle,conseguimos enxergar com mais clareza a engrenagem do crime no Rio.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

'Bolsonaro não conseguiu jogadores certos' para golpe, lamentou acusado por trama contra Lula

'Anarquista crônico', Pepe Mujica deixa lição para a esquerda

Consignado para CLT: portabilidade do crédito começa hoje. Entenda como fazer e reduzir juros

STF começa hoje julgamento sobre indenização por perdas em planos econômicos. Entenda

Rio, SP e MG seguem com temperaturas mais baixas, e chuva ganha força no Norte e Nordeste; veja previsão para esta sexta

Imposto de Renda 2025: especialista explica como incluir despesas médicas para aumentar restituição

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap