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Brasil precisa tentar equilibrar relação comercial com a China

2025-02-10 IDOPRESS

Lula e o presidente da China,Xi Jinping — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/20-11-2024

Não faz sentido o Brasil manter posição passiva diante do desequilíbrio no relacionamento comercial com a China. Não é porque se trata de nosso maior parceiro comercial,responsável por cerca de 40% do superávit na balança comercial,que devemos nos acomodar à posição de exportador de produtos primários e importador de manufaturados. Já passou da hora de melhorarmos a qualidade da pauta de exportações. Alimentos e outros produtos primários costumam oscilar de preço,enquanto os manufaturados são mais estáveis,geram empregos de melhor qualidade e impulsionam o avanço tecnológico. São conhecidas as dificuldades de o setor industrial brasileiro competir no mercado externo. Mas isso não justifica acomodar-se e ignorar o problema

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As pautas de exportação e importação da China apresentam diferenças gritantes. Os quatro produtos mais exportados pelo Brasil são,pela ordem,soja,petróleo,minério de ferro e carne bovina. Os mais importados são painéis solares,carros híbridos,carros elétricos e chips. Esse mesmo padrão não se repete com os Estados Unidos,segundo parceiro brasileiro no comércio exterior. Os três produtos mais exportados pelo Brasil para os americanos no ano passado foram petróleo e minerais betuminosos,semimanufaturados de ferro ou aço,helicópteros e aviões. Os mais importados foram turborreatores e turbopropulsores,petróleo e minerais betuminosos,gás natural e outros hidrocarbonetos gasosos.

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Em helicópteros e aviões,o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões aos Estados Unidos e importou US$ 1,5 bilhão,obtendo superávit de US$ 900 milhões num setor de alta tecnologia. A aeronáutica é uma indústria que o Brasil,acertadamente,mantém conectada a cadeias globais de suprimento — se assim não fosse,ela nem existiria. É exatamente o contrário das políticas equivocadas adotadas para proteger outros setores industriais. O resultado da abertura e integração do mercado se reflete nos ganhos comerciais. Se quiser mesmo favorecer a indústria nacional,há ampla margem de manobra que o Brasil pode usar para melhorar a qualidade do seu relacionamento comercial com a China.

Dados do Conselho Empresarial Brasil-China mostram que os chineses sempre venderam aos brasileiros mais manufaturados. Há 25 anos,eram componentes de televisores,aparelhos telefônicos e produtos afins. Hoje são painéis solares,carros híbridos e elétricos. A China soube alterar sua pauta de exportações para incluir produtos com maior conteúdo tecnológico. O Brasil precisa fazer o mesmo,adotando políticas capazes de melhorar a qualidade da pauta de exportações,como já fez com o agronegócio,outro setor exposto à competição internacional. O protecionismo e as barreiras tarifárias defendidas por amplos setores da indústria não funcionam.

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