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Sonhar e fazer é preciso, mulher

2025-03-11 HaiPress

Membros de sindicatos,empresas estatais e ativistas dos direitos das mulheres em marcha pelo Dia Internacional da Mulher,em 2023,em Bangkok,na Tailândia — Foto: Lillian Suwanrumpha / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 10/03/2025 - 21:02

Dia Internacional das Mulheres: Avanços e Desafios Persistentes no Brasil

O Dia Internacional das Mulheres,originado em 1908,simboliza a luta contínua por direitos femininos,como o voto e contra o trabalho infantil. Apesar dos avanços,desafios persistem: casamentos forçados,mutilação genital,violência doméstica e desigualdade salarial. A sociedade deve transcender a retórica e efetuar mudanças reais. A legislação brasileira avança,mas a transformação cultural ainda é essencial.

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Criado em 1975,inspirado em 8 de março de 1908,quando trabalhadoras do comércio de Nova Iorque,fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil,o Dia Internacional das Mulheres é celebrado ou chorado em grande parte do mundo. Homens,colegas,confrades,companheiros,namorados,deem-nos rosas,sim,mas não tirem seus espinhos,que com esses estamos acostumadas a lidar,sem nos ferir. E se nos ferimos,sabemos pedir ajuda,com grandeza,porque pedir evoca coragem tanto quanto oferecer. São nossas essas virtude e sabedoria. E no Brasil,vem antes de podermos frequentar a escola,a partir de 1827,e de votarmos,em 1932.

Pletora de frases como “a hora das mulheres é agora”,“não somente hoje,mas em todos os dias”,“que você seja amada e respeitada”,“Não é não!”,entre outras,com efeito quase terapêutico de consolação,nos chegam aos ouvidos,por vezes como heréticas ou delirantes,e sobretudo hipócritas,vista a realidade do que ainda ocorre aqui e acolá sob nossos olhos e anestesia de outros milhões,e sobretudo de governos: casamentos forçados de crianças,gestações de meninas levadas a termo em sua triste perplexidade,a impensável mutilação sexual de meninas,a abjeta submissão das mulheres afegãs,condenadas,ente outros castigos de sua vida infame,a ficarem cegas pelo uso de burcas; a violência doméstica que marca tantos casamentos condenados ao silêncio,pelo status quo,o assédio explícito ou subliminar,as desigualdades de pagamento no trabalho em que pese a igualdade de mérito; o feminicídio quase sistemático; tudo isso poderia,diante inclusive do retrocesso que observamos em algumas conquistas,respaldar mais que leis tardias,uma real impregnação do inconsciente coletivo a dar-lhe coragem de mudar.

Uma profusão de adjetivos nos textos e manifestações ao longo da história,é usada como uma deliberada tomada de posição ex ante no papel da mulher na sociedade: “mulheres coragem” como Débora e Ester,na Bíblia,“sopro de Platão e corpo de Afrodite” definindo Hypatia de Alexandria,a sábia do século V que morreu apedrejada; “humanamente diferentes e social e totalmente livres”,como no sonho de Rosa Luxemburgo; ’“desdobrável”,ou múltipla,em Adélia Prado; “libertária”,em Simone de Beauvoir,“empáticas,sutis,acolhedoras” em Agualusa; nada disso procede pelo fato de sermos mulheres biologicamente,mas pela imposição social e exigida plasticidade de adaptação a um universo ainda masculino,mesmo que povoado de uma retórica elogiosa em dias de comemoração,como “a força que sustenta o mundo”,“árvores majestosas enfeitadas de flores e raízes profundas” e outros contributos do gênero.

As conquistas sociais são notáveis,porém além de longo tempo para sua materialização exigem um compreender amplo e amadurecido. Lembro-me que ao visitar a maternidade do hospital onde trabalhava,quando acabara de ser promulgada a Lei de licença paternidade,brinquei com uma moça que dera à luz,sobre a conquista,e ela me respondeu ríspida “isso é coisa para madame,doutora,eu vou ter que,de resguardo,voltar para casa e fazer comida para o marmanjo”. Era ainda então exigida a autorização do marido para a mulher fazer laqueadura na rede pública; apenas em 2022 a Lei 14.443 dispensa essa exigência,sendo necessário apenas ter mais de 21anos e dois filhos vivos.

Freud nos ensina mais do que “o homem é um lobo para o homem”,e que por isso mesmo,não há outro meio de romper com sua pulsão de autodestruição do que aceitar viver entre seus semelhantes,e eu diria,aceitando as diferenças,e que o maior estágio da humanização consistiria no investimento da libido (ou pathos) nas formas mais elevadas da criatividade,a saber: no amor (Eros),na arte,na ciência,no saber,na capacidade de viver em sociedade e de se engajar em nome de um ideal comum,pelo bem estar de todos. Longe de ser uma apologia da felicidade,é um mantra de civilidade e respeito.

Tem lugar,sempre,a nos nutrir com a doçura de um seio de mãe,a poesia. A poeta portuguesa Sophia B Andresen,declama,em seu Mulheres à beira mar: “confundindo seus cabelos com os cabelos do vento,tem o corpo feliz de ser tão seu e tão denso em plena liberdade... com a boca colada ao horizonte aspira longamente virgindade de um mundo que nasceu..”.

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